Quinta feira no inverno de Porto Alegre
Frio sentido no corpo abandonado
Amor atirado à morte - falta de sorte!
Dói-me ver ossos e peles amontoados
Vivendo a única esperança permitida:
Cana brava para pobres indigentes
Desumano e fatal entorpecente
Frio cortando coração de homens
Desabrigados inconscientes...
Marquises e calçadas habitadas
Negros, crianças, verdades tragadas
Pela droga maior dos homens sós
Sociais e simples pensamentos!
Dói-me ver nariz de ranho exibido em sinaleiras
Homens pequenos devolvendo vômitos
Impostos por estômagos faceiros
Da comida que já devoramos...
Quinta feira de inverno em Porto Alegre
Triste, inofensiva, calada, passiva e bela
Vista aqui do quarto - quente, pela janela...
Dói ver-me assim – apenas - fazendo parte dela
(Preta – em 03/05/99)
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