Portas abertas,
novos caminhos.
Passo a passo,
rastros, recados, imagens...
O dito e o não dito,
feitos e fabricos.
Arte e vida. Vida e emoção.
Sinergia, laços, conexões.
Recados e manias,
pausas,idéias,
gritos e sussurros.

Que bom ver você por aqui!!!

Que bom ver você por aqui!!!
O que você achou? Vou adorar se você deixar um comentário no final do post, ok?

sábado, 29 de agosto de 2009

sábadosdealice


Todo mundo espera alguma coisa... de sábado à noite



noitesdealice

POEMA DA NOITE


O texto, escura escama, pesadelo de eternidade,
máscara densa do universo vomitando.
O texto, mas não a energia que o pensou,
interrogando a simultaneidade absoluta.
Há uma esperança nas ruas, nas pedras, no acaso
de tudo, uma esperança, uma forma suspensa
entre o aparente e a essência, entre o que vemos
e a substância, uma esperança, uma certeza talvez
de que o rio não se dissolva no mar, de que
o ínfimo, o precário, a voz, a sombra,
o estalar das carnes na explosão
não se dispersem no todo, impensável medusa da inexistência.
Há uma luz qualquer sonhando integração, o suposto
destino dos ventos, das energias globais, a suposta
sabedoria com que o homem fecundou a crosta
envenenada do planeta, há uma luz qualquer
ensaiando águas pensadas no eterno esvair-se,
abstrato expansionário, há uns olhos além
da frágil realidade, da terrível matança, da
cruel carnificina entre seres pestilentos aquém
da fronteira do sonho, um texto além do texto,
uma esperança talvez, enquanto somos e nos cumprimos,
enquanto somos e nos oxidamos, enquanto
somos e prosseguimos.

(Afonso Henriques Neto)






Afonso Henriques de Guimaraes Neto nasceu em Belo Horizonte em 1944. Aos 10 anos, foi para o Rio de Janeiro e depois para Brasília, onde concluiu os estudos fundametais e, posteriormente, a faculdade de Direito. Pertenceu a chamada 'geração marginal'. Afonso é filho do poeta Alphonsus de Guimaraes Filho e neto do grande poeta simbolista Alphonsus de Guimaraes. Desde sua estréia em 1972, publicou cerca de 10 excelentes livros de poesia. Leia mais sobre Afonso Henriques Neto.


Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2009/08/28/texto-afonso-henriques-neto-217716.asp

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

estrelasdealice

Caramba... Galileu da Galileia
Galileu trouxe o céu e as estrelas mais perto de nós
há 400 anos, quando inventou o telescópio.





Disseram que ele não vinha, olha ele aí
Ai, ai caramba, ai, ai caramba
Ai, ai caramba, ai, ai caramba
E como já dizia Galileu na Galiléia
Malandro que é malandro não bobeia
Se malandro soubesse como é bom ser honesto
Seria honesto só por malandragem, caramba
Ai, ai caramba, ai, ai caramba
Ai, ai caramba, ai, ai caramba
Diziam também que a terra era quadrada
Mas ficou provada que a terra é redonda, caramba
Ai, ai caramba, ai, ai caramba
Ai, ai caramba, ai, ai caramba
Quem ama quer casa, quem quer casa quer criança
Quem quer criança quer jardim
Quem quer jardim quer flor
E como já dizia Galileu, isso é que é amor
Ai, ai caramba, ai ai caramba
Ai, ai caramba, ai, ai caramba
(JorgeBenJor)

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

domingo, 23 de agosto de 2009

domingodealice

Domingo manhoso.

Acordei às 8, depois de uma noite gostosa de sono e sonhos (que eu nem lembro, mas que dizem sempre tem).
Solzinho maroto brincando com o vento, balança as cortinas e me chama pra vida.
Café quentinho com gengibre e anis estrelado, música no ar com Paul Collier na paz da manhã.
Rumo à Vitória (quer nome melhor de padaria?), bom dia pra lá, bom dia pra cá,
Parece que todo mundo também acordou feliz nesse domingo.
Êta pãozinho gostoso... quentinho... Suco de laranja... Jornal de domingo...
Já li tudo e, mais uma vez, a Martha Medeiros revela (pro mundo!) coisas que eu vinha remoendo..., sem falar pra ninguém!

Desacorrentadas, “Poético e libertador é pensar que nunca estarei sem ninguém, porque chega uma hora em que a gente decide que é alguém e basta”.

É isso mesmo, Martha. É muuuiito bom sentir e exercer essa liberdade de escolhas, sem precisar dar satisfação, sem culpa, sem hora marcada, quando, onde, quem, como...
Ligar, desligar, aumentar o som, ver o mesmo filme quantas vezes quiser, ouvir e repetir a mesma música, quantas vezes tiver vontade... e cantar junto - Elis, Djavan, Zeca, Martnália, Tim Maia, Maria Rita, Vanessa da Mata, Ana Carolina, Cássia Eller, Dani Carlos (Coisas que Eu Sei) e o que mais me faz feliz.

E acender incenso? E três ao mesmo tempo?
E pão com guaraná? Delícia!!!
Eu e a minha pessoa de mim mesmo A-DO-RA-MOS!
Também, assistir TV e mudar de canal no meio do programa?
E ver dois filmes ao mesmo tempo?

E ficar zapeando até achar, ou não, alguma coisa mais interessante pra assistir?
E cafezinho com gengibre e anis estrelado?

NÃO-TEM-PREÇO!
DE-SA-COR-REN-TA-DA e ponto!

E Feliz!

(?) Nem sempre...



sábado, 22 de agosto de 2009

aliceinsone

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

aliceagora



Desculpem, mas estou











quinta-feira, 20 de agosto de 2009

alicehoje

Antes que eles Cresçam

Há um período em que os pais vão ficando órfãos de seus próprios filhos.
É que as crianças crescem independentes de nós, como árvores tagarelas e pássaros estabanados.
Crescem sem pedir licença à vida.
Crescem com uma estridência alegre e, às vezes com alardeada arrogância.
Mas não crescem todos os dias, de igual maneira, crescem de repente.
Um dia sentam-se perto de você no terraço e dizem uma frase com tal maneira que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.
Onde é que andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu?
Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços e o primeiro uniforme do maternal?
A criança está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil. E você está agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça...
Ali estão muitos pais ao volante, esperando que eles saiam esfuziantes e cabelos longos, soltos.
Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão nossos filhos com uniforme de sua geração.
Esses são os filhos que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias, e da ditadura das horas.
E eles crescem meio amestrados, observando e aprendendo com nossos acertos e erros.
Principalmente com os erros que esperamos que não se repitam
.

Há um período em que os pais vão ficando um pouco órfãos dos filhos.
Não mais os pegaremos nas portas das discotecas e das festas.
Passou o tempo do ballet, do inglês, da natação e do judô.
Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas. Deveríamos ter ido mais à cama deles ao anoitecer para ouvirmos sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de adesivos, posters, agendas coloridas e discos ensurdecedores.
Não os levamos suficientemente ao Playcenter, ao shopping, não lhes demos suficientes hamburgueres e refrigerantes, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas que gostaríamos de ter comprado.
Eles cresceram sem que esgotássemos neles todo o nosso afeto.
No princípio iam à casa de praia entre embrulhos, bolachas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscinas e amiguinhos.
Sim havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de chicletes e cantorias sem fim.
Depois chegou o tempo em que viajar com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma e os primeiros namorados.
Os pais ficaram exilados dos filhos. Tinham a solidão que sempre desejaram, mas, de repente, morriam de saudades daquelas "pestes".
Chega o momento em que só nos resta ficar de longe torcendo e rezando muito para que eles acertem nas escolhas em busca da felicidade.
E que a conquistem do modo mais completo possível.
O jeito é esperar: qualquer hora podem nos dar netos.
O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco.
Por isso os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável carinho.
Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto.
Por isso é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que eles cresçam.





(Affonso Romano de Sant'Anna)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

coisasdealice

(reprodução descarada do post do Blog do Noblat, porque tem tudo a ver com as coisasdealice)

"Enviado por Pedro Lago, do Corujão da Poesia - 18.8.2009 23h34m

poema da noite

soprando bolhas de sabão em pesadelos
junto lágrimas à ventania.
a chuva cai ao contrário.
o sol se põe,
o arco-íris ilumina a noite magnética
irreversíveis estações se calam.

o inverno foi para outras bandas,
a primavera vem ainda tímida.
é hora de se preparar para o verão
no ano em que não tem mais outono.



Juliana Hollanda é carioca de 30 anos. Poeta, jornalista e canceriana (como gosta de enfatizar). Faz parte do grupo carioca Ratos di Versos, que se apresenta em vários lugares no circuito underground de poesia no Rio de Janeiro. Publicou em 2008, Acordei num Iceberg, livro selecionado para a final do prêmio Portugal Telecom de 2009. Juliana também faz parte do trio Madame Kaos, junto com as poetas Beatriz Provasi e Marcela Gianini. Juliana é uma mais talentosas poetas da nova geração. "
Leia mais sobre Juliana Hollanda.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

as floresdealice

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la.



A inclinação do sol vai marcando outras
sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade.

Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.




(Primavera, de Cecília Meireles)

Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1",
Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998, pág. 366.